Plantas Daninhas no Algodão: Você sabe o que fazer?

Os mecanismos de interferência das plantas daninhas no algodão são divididos em diretos (competição, alelopatia e depreciação da qualidade do produto), e indiretos (hospedagem de patógenos e pragas).

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Figura 1. Biótipos de capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) resistentes a herbicidas inibidores da ACCase em lavoura de algodão no Estado de Mato Grosso.

Biótipos de capim-pé-de-galinha

Fonte: Manual de boas práticas de manejo do algodoeiro em Mato Grosso.

Os prejuízos das plantas daninhas podem chegar a 80% da produtividade e em alguns casos inviabilizar a comercialização da pluma (picão preto e carrapicho). Existem três períodos de interferência, obtidos experimentalmente, com denominações tradicionais de: PAI -Período Anterior á Interferência, PTPI – Período Total de Prevenção da Interferência, e PCPI – Período Critico de Prevenção á Interferência das plantas daninhas (15 a 70 DAE) que é o intervalo entre o PAI e o PTPI. É nessa fase que o controle deve ser feito, para que a interferência seja minimizada, uma vez  que no fim deste período a cultura já compete com as plantas daninhas, por conta da expansão do dossel diminuir a passagem de luz às plantas invasoras.

Épocas de manejo de plantas daninhas

            Dessecação em pré-semeadura (DPS)

A dessecação em pré-semeadura é utilizada em áreas de cultivo de plantio direto ou cultivo mínimo, tendo a finalidade de eliminar as plantas daninhas antes da semeadura do algodoeiro. Sendo este processo recomendado de 2 a 3 semanas antes da semeadura. A aplicação dos herbicidas ocorre na pós-emergência das plantas daninhas, sendo utilizados herbicidas sistêmicos, seletivos e não seletivos. Alguns exemplos são: gyphosate, flumioxazin, 2,4-D, carfentrazone-ethyl e saflufenacil.

Pré-emergência (PRE)

Visam o controle de plantas daninhas desde o início da instalação da cultura, antes que ela possa competir com o algodoeiro. Estes herbicidas apresentam efeito residual, favorecendo a diminuição de infestações tardias. Os herbicidas utilizados nestes casos na cultura do algodão são: trifluratin, pendimethalin, diuron, S-metolachlor, clomazone, carfentrazone + cloromazone, alachlor, alachlor + trifluratin, prometryn e fomesafen.

Pós-emergência (POS)

Estes herbicidas são utilizados para o controle dicotiledôneas (trifloxysulfuron-sodium e pyrithiobac-sodium) ou monocotiledôneas (clethodim, fluaziflop-p-butyl, haloxyfop-P-methyl, propaquizafop, quizalofop-P-tefuryl, quizalofop-P-ethyl, sethoxydim e tepraloxydim) e são seletivos ao algodoeiro. Além disso, cultivares transgênicas tolerantes aos herbicidas glifosato e glufosinato.

Pós-emergência em jato dirigido (POSd)

Essa aplicação objetiva o controle de plantas daninhas na entrelinha da cultura, utilizado-se ou não estruturas de proteção das plantas de algodão. Quando não se utiliza, recomenda-se aplicar quando as plantas de algodão possuem altura superior a 25-30 cm, para não causar fitotoxidez às plantas. Utiliza-se glyphosate, glufosinate-ammonium, prometryn, ametryn + clomazone, carfentrazone-ethyl, diuron, flumioxazin, isoxaflutole, MSMA, diuron + MSMA, oxyfluorfen e saflufenacil.

Resistência de plantas daninhas a herbicidas na cotonicultura

A resistência de plantas daninhas é definida como a capacidade herdável de alguns biotipos, dentro de uma população a, de sobreviverem e se reproduzir após serem expostos a uma dose letal de herbicida a uma população da mesma espécie. Assim, herbicidas atuam como selecionadores de indivíduos resistentes, propiciando que moléculas que antes controlavam a espécie agora não tem mais a capacidade de controle. O uso intensivo de um mesmo herbicida em uma área, por anos consecutivos terá maior probabilidade de evolução da resistência. Algumas espécies relatadas em lavouras de algodão que já contêm resistência a herbicidas detectadas no Brasilsão o amendoim bravo (Euphorbia Heterophylla L.), picão-preto (Bidens pilosa L.), buva (Conyza), entre outras.

Tecnologias transgênicas para tolerância à herbicidas

A introgressão de genes de tolerância aos herbicidas é relativamente recente no Brasil, sendo a primeira cultivar liberada em 2005. A tabela abaixo mostra as nomenclaturas utilizadas nas cultivares de algodão e qual tolerância aos herbicidas elas indicam.

nomenclaturas utilizadas nas cultivares de algodão e qual tolerância aos herbicidas

WS – WideStrikeTM; B3RF Bollgard 2 Roundup Ready FlexTM: B2RF – Bollgard 2 Roundup Ready FlexTM; RF – Roundup Ready FlexTM; BGRR – Bollgard Roundup ReadyTM; LL – Liberty LinkTM; GL – GlyTol LibertyTM; GLT – GlyTol Liberty TwinLinkTM; GLTP – GlyTol Liberty TwinLink PlusTM

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