No artigo anterior eu te mostrei na prática como reduzir em até 46,5% o custo por ponto de aplicação de nitrogênio no milho utilizando o novo manejo, certo? Se ainda não leu, aproveite: Exemplo prático de transformar Nitrogênio em Lucro na cultura do milho.
Não consegue ler agora? Aproveita então para ouvir a versão em áudio deste post no player abaixo.
Hoje vamos focar em como aumentar o retorno do seu investimento melhorando o aproveitamento durante a aplicação de nitrogênio no milho.
Vou te mostrar como uma escolha feita com técnica, considerando o sistema produtivo, o adequado manejo e o que acontece dentro da planta, pode multiplicar o resultado da sua segunda safra, combinado?
O que significa melhorar o aproveitamento do nitrogênio?
Significa fazer a planta produzir mais energia e consequentemente produzir mais grãos.
Pode parecer algo lógico, mas infelizmente não é isso que vemos em grande parte das culturas do milho safrinha, principalmente nas que adotam o manejo tradicional.
Mas porque isso acontece? Porque, muitas vezes, o foco está somente na aplicação.
Uma coisa é você comprar uma tonelada de adubo nitrogenado mineral sólido e simplesmente aplicar na terra. Outra coisa é você planejar quanto irá investir em nitrogênio – de acordo com a sua meta de produtividade – e quais práticas de manejo você vai adotar para melhorar o aproveitamento do nitrogênio quando ele já estiver presente na folha do milho!
Então, o ponto de partida aqui é de onde vem o nitrogênio?
Além disso, em quais fontes e práticas você deve focar para melhorar o fornecimento e aproveitamento desse elemento pela planta? É isso que eu vou te mostrar a partir de agora.
Sistema produtivo: o seu principal aliado
Eu já citei nos artigos anteriores que você tem um grande benefício de semear o milho depois da soja. É muito comum vermos aplicações de nitrogênio sem considerar as fases da planta e o que acontece com o elemento no solo. O ponto chave aqui é você fornecer nitrogênio de diferentes formas e nos momentos chaves da sua cultura. Sendo mais prático:
- Sistema produtivo: você vai semear o milho pós-soja e terá uma determinada quantidade de N sendo fornecida pelo próprio sistema produtivo.
- Adubação de cobertura: você também pode utilizar nitrogênio na semeadura e na adubação de cobertura – considerando as fases fenológicas.
- Inoculação: você pode fazer uso do inoculante, Azospirillum brasilense, via tratamento de semente, via sulco ou via pulverização:
Outro ponto importante a ser considerado são as fases para ter o elemento disponível para a planta e aqui destaco as fases de V4-V6 (definição de potencial teórico produtivo), V8-V10 (elongação de colmo) e o florescimento (momento de grande demanda do elemento e momento de alta taxa fotossintética).
Viu que quando você olha para todo o sistema produtivo você já consegue melhorar o fornecimento do elemento para a planta?
A importância do manejo adequado
Aqui entra aquela máxima de fazer bem feito o que precisa ser feito!
Nada adianta fazer um plantio com um bom híbrido, na época errada e com a condição inadequada, concorda? Eu sempre digo que fazer aplicações de N, em cobertura – sem considerar a fonte utilizada e as condições ambientais – podem ser um “tiro saindo pela culatra”.
Um exemplo típico de perda de nitrogênio é o uso da fonte ureia aplicada em solo úmido e sobre a palhada, em horários de alta temperatura e com vento. É prejuízo na certa!
Para ter maior eficiência no uso de uma determinada fonte é preciso considerar as possíveis perdas causadas pelas condições ambientais. Ter o elemento disponível em fases fenológicas adequadas é determinante no sucesso da sua aplicação, entendido?
Fique de olho na planta. Sim, o que acontece dentro da planta também tem impacto direto no resultado do seu investimento. Depois que o nitrogênio é absorvido pela planta é fundamental atuar para que ele seja metabolizado e tenha melhor aproveitamento na folha, dentro da planta.
A forma nitrogenada mais absorvida pela planta de milho é o nitrato (NO3-), mas a planta, depois que absorve o nitrato via sistema radicular, precisa fazer algo a mais com ele na folha. É aí que entra a nitrato redutase, uma enzima constituída de Molibdênio que é quem metaboliza o nitrato na folha.
Nutrindo o milho com Molibdênio você aumenta a transformação do nitrogênio na folha e, consequentemente, o aproveitamento pela planta, entendido?
Outra tecnologia que, comprovadamente, aumenta a atividade dessa enzima é o uso dos reguladores vegetais. O sinergismo obtido pela associação de reguladores vegetais com Molibdênio é o que me fez adotar essa recomendação como padrão para a cultura do milho.
Ah, mas e se a planta não metabolizar adequadamente o nitrogênio na folha? Se a planta acumular nitrogênio livre na folha? Esses fatores podem gerar algum problema? Sim, vários!
Além de você perder rendimento, poderá também ter grandes problemas com insetos sugadores e patógenos que usam esse nitrogênio como “alimento” para se propagarem.
No próximo artigo eu farei as minhas recomendações técnicas envolvendo produtos que melhoram o aproveitamento do nitrogênio e aproveitarei para relembrar tudo que vimos até agora, combinado?
Fique ligado! Vamos juntos transformar NITROGÊNIO em LUCRO.
0 comentários