O aumento do patamar de produtividade da cultura da soja está intimamente relacionado com as características produtivas das cultivares, aliado ao ambiente de produção e as técnicas de manejo do produtor. A introdução de novas cultivares de soja adaptadas as condições edafoclimáticas permitiu o cultivo em todas as macrorregiões do Brasil.
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Para lavouras de alto rendimento, o sojicultor leva em consideração cultivares produtivas, com diferentes graus de maturação, o que permite o escalonamento de todo o processo operacional da propriedade. Nesse sentido, as modernas cultivares de soja de ciclo precoce, com hábito de crescimento indeterminado têm ganhado cada vez mais espaço, por favorecer a colheita antecipada, possibilitando o produtor aumentar a rentabilidade com outro cultivo.
Na busca de cultivares com maior potencial de rendimento é necessário a identificação dos processos que mantêm uma alta eficiência das plantas. Dessa forma, o conhecimento da relação entre características de crescimento e desenvolvimento da planta com os componentes do rendimento de grãos, distribuídos ao longo do dossel vegetal é determinante para a obtenção de plantas mais produtivas.
Qual a relação das cultivares com a carga produtiva?
Analisando a porcentagem de grãos ao logo do dossel vegetativo de diferentes cultivares de soja, percebe-se uma contribuição significativa da metade inferior na produtividade (Figura 1). Na média de 12 cultivares, a metade inferior das plantas contribuíram com 49,9% da produtividade, podendo chegar ao redor de 60% para alguns materiais. Dessa forma, observa-se que as cultivares atuais apresentam uma carga produtiva mais uniforme ao longo do dossel da planta.
Figura 1 – Porcentagem de grãos na metade inferior. Fonte: Arquivos Phytus Group.
Dada a importância da metade superior e inferior da planta para explorar todo o seu potencial produtivo, é fundamental manter folhas fotossinteticamente ativas e sadias ao longo do dossel vegetal, para que haja tempo suficiente para elas encherem os grãos. A folha é o principal órgão da planta que produz fotoassimilados. Uma vez produzidos, os fotoassimilados são direcionados para as gemas, localizadas nos nós da planta, necessárias para a produção de flores e consequentemente de vagens.
A importância do manejo para sanidade da folha
A limitação de fotoassimilados prejudica a formação de vagens, o que pode limitar fisicamente o tamanho do grão (Egli et al.,1987). Com isso, planejar o manejo da cultura que possibilite manter o Índice de Área Foliar (IAF) adequado, retardando ao máximo a senescência das folhas ao longo do dossel da planta é importante para atingir elevadas produtividades (Figura 2). Assim, a sanidade da folha continua sendo um foco importante de atenção do produtor para a longevidade das folhas.
Para a construção de altas produtividades, o manejo fitossanitário através do controle de plantas daninhas, pragas e doenças também representa uma estratégia importante para a sanidade e longevidade de folhas fotossinteticamente ativas. Esses cuidados devem ser tomados desde o início do ciclo da cultura, a fim de proteger o potencial produtivo da cultura da soja.
Longevidade de folhas do terço inferior para alcançar altas produtividades. Fotos: Marlon T. Stefanello
Escrito por: Por Dr. Marlon T. Stefanello, Fitopatologista e Coordenador de ensino da Elevagro
Referências bibliográficas
EGLI, D. B; WIRALAGA, R. A.; BUSTAMAM, T.; ZHEN-WEN, Y; TEKRONY, D. M. Time of flower opening and seed mass in soybean. Agronomy Jornal, v. 79, n.4, p. 697-700, 1987.
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