O algodão é uma cultura de grande importância socioeconômica no Brasil que vem apresentando muitos problemas fitossanitários, o que leva a necessidade de controle, tanto de inseticidas químicos quanto de biológicos para o controle de pragas. Estudos mostram que o ataque de algumas pragas no algodão causa danos significativos na produtividade e qualidade da fibra.
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Durante o ciclo do algodoeiro há ocorrência de várias pragas que podem ser divididas em três grupos diferentes: pragas com ocorrência de ciclo inicial, intermediário e fase reprodutiva e final.
Apesar de estarem classificadas como pragas iniciais, a ocorrência de tripes, pulgão do algodoeiro e mosca branca pode ser durante todo o ciclo. Atenção especial a tripes no desenvolvimento inicial do algodoeiro, período de maior infestação e de danos mais sérios, pois seus ataques podem danificar folhas e o ponteiro das plantas, causando paralisação temporária do seu crescimento.
1. Ninfa (a) e danos ocasionados (b) por tripes
O ataque do pulgão , quando em alta infestação, também pode causar paralisação temporária do crescimento da planta, e controle é mais efetivo quando é utilizado produtos sistêmicos como organofosforados e neonecotinóides.
2. Pulgão-do-algodoeiro em fase inicial
O controle de mosca branca também é mais efetivo com produtos sistêmicos, principalmente quando ainda são ninfas, pois apresentam proteção pela camada de cera e acabam sendo mais resistentes a produtos de contato. Alguns estudos têm mostrado que a utilização de produtos biológicos a base de Beauveria bassiana, principalmente associado com inseticidas químicos, estão tendo efetividade no controle da mosca branca.
Populações de mosca branca, assim como de pulgões, ao se alimentarem da seiva no final do ciclo, podem excretar substâncias açucaradas (honeydew), permitindo o aparecimento dos fungos Capnodium sp. nas fibras e ocasionando a fumagina.
3. Fumagina causada pelo pulgão (a) e mosca branca(b)
As pragas da fase intermediária são compostas por algumas lagartas desfolhadoras, percevejos sugadores e ácaros. Nessa fase, duas pragas se destacam, que é o caso do ácaro rajado e da Spodoptera frugiperda.
4. Ácaro rajado
5. Spodoptera friguperda
O ácaro rajado tem aumentado sua ocorrência nas lavouras de algodão nos últimos anos, aparecendo no início da fase de floração em pequenas reboleiras. O controle dessa praga normalmente é realizado com acaricidas, que devem ser aplicados logo após o aparecimento das primeiras reboleiras, pois sua disseminação é muito rápida. A ocorrência de lagartas da fase intermediária pode ocorrer, mas o controle delas pode ser realizado com a utilização de cultivares transgênicas Bt (Cty1Ac), Bt2 (Cy1Ac+Cry2Ab2), WideStrike (Cry1Ac+Cry1F) e Twinlink (Cry1Ab+Cry2Ae), entretanto, o controle efetivo de Spodoptera frugiperda tem ocorrido somente com variedades contendo tecnologia VIP3A (WideStrike 3, Bollgard 3 e Twinlink Plus).
Na fase reprodutiva e final, até então o principal problema era o bicudo do algodoeiro, entretanto, relatos na safra 2021/2022 mostram que lagartas do gênero Helicoverpa – lagarta das maçãs, estão ocasionando danos nas estruturas reprodutivas em cultivares de algodão com expressão da tecnologia VIP3A.
6. Bicudo em fase larval (a) e adulto (b)
7. Lagarta das maçãs (Helicoverpa spp)
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