Com o manejo correto é possível aumentar a produtividade correta do canavial mesmo em solos restritivos. A alocação de cultivares de cana respeitando suas características e a adoção de tecnologias que resultam em um manejo eficiente aumentam a produtividade de canaviais estabelecidos tanto em ambientes e solos favoráveis quanto em ambientes mais restritivos.
Todos os anos, os institutos de melhoramento genético do Brasil, como Ridesa, IAC e CTC, lançam novas variedades de cana-de-açúcar. Esse lançamento ocorre após um longo processo de desenvolvimento, que pode chegar a mais de 10 anos. O objetivo é entregar materiais altamente produtivos, melhor adaptados ao sistema de produção atual e às condições edafoclimáticas de cada região.
É correto afirmar que os programas de melhoramento possuem papel primordial na busca pela verticalização da produtividade e, de fato, foram responsáveis por grandes saltos de produção nas últimas décadas. Foram eles também os principais agentes possibilitadores da expansão da cultura para regiões menos aptas à produção de cana-de-açúcar, como Goiás, Minas Gerais, Parará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Hoje, o setor sucroenergético nacional possui à sua disposição uma ampla gama de cultivares para as mais diversas condições de solo, clima e época de colheita. Existem ainda materiais resistentes a determinadas pragas e doenças e com características que favoreçam às operações mecanizadas.
Diante de tantas opções, produtores e usinas devem ficar atentos no momento da escolha da variedade. É importante respeitar os atributos citados anteriormente, com especial atenção a época de corte (início, meio ou final de safra) e, sobretudo, o ambiente de produção, que classifica as áreas segundo seu potencial produtivo com base nas características físico-hídricas, morfológicas e químicas dos solos e o clima (precipitação, evaporação, ventos, geada) de cada região.
A atual nomenclatura varia de “A” a “E”. Ambientes “A” possuem solos mais argilosos e com melhor capacidade de retenção de água, permitindo que a cana-de-açúcar expresse, em muitos casos, produtividades superiores as 100 toneladas por hectare (TCH). Por outro lado, ambientes “E” são altamente arenosos, que os tornam pobres em nutrientes e, muitas vezes, possuem também baixa capacidade de retenção de água. Por conta disso, dificilmente entregarão uma produção superior a 70 TCH. Com essas informações em mãos será possível iniciar o planejamento e alocação correta dos cultivares. Por exemplo, em canavial com solos restritivos, muitos recomendam o plantio de variedades rústicas, ao passo que em ambientes melhores, um material mais responsivo poderá ter sua performance potencializada.
Porém, é importante ressaltar que mesmo canaviais em solos restritivos podem entregar boas produtividades. Paralelamente, os solos melhores também podem ser manejados com o objetivo de romper seu teto produtivo. Basta o produtor ou usina adotar tecnologias que potencializem o arranque inicial da cultura, favoreça seu estabelecimento ao longo dos ciclos com um ótimo enraizamento e perfilhamento e supra todas as suas necessidades em cada etapa de seu desenvolvimento. É o caso do conceito “Cana Perene”, um programa macro da Stoller que alia quatro soluções inovadoras para a cultura da cana-de-açúcar.
O Desenvolvimento da Stoller, explica que tudo começa pelo “Enraize”, programa que alia os produtos Stimulate e Rizotec para formação de um canavial vigoroso e bem estabelecido, através de uma maior velocidade de brotação, alto perfilhamento, formação adequada do sistema radicular e livre do ataque de nematoides desde o início de seu ciclo. “Existem muitas variáveis que irão influenciar no enraizamento, brotação e desenvolvimento inicial da cultura, como deficiências nutricionais e a presença de pragas de solo. O programa ‘Enraize’, aplicado no sulco de plantio, visa solucionar esses problemas.”
Segundo ele, o Stimulate é um regulador de crescimento vegetal que provê três hormônios altamente necessários para que a planta enraíze, brote e perfilhe da melhor maneira. “A CINETINA induz o crescimento – não somente através da divisão celular, mas do alongamento celular – e promove o crescimento das gemas laterais, não interferindo na dominância apical. O ÁCIDO GIBERÉLICO favorece a germinação e o ÁCIDO 4-INDOL-3-ILBUTÍRICO participa do crescimento – principalmente pelo alongamento celular -, retarda a abscisão foliar, e induz a formação de primórdios radiculares.”
Também presente no Programa “Enraize”, o Rizotec é a solução biológica da Stoller para o controle de nematoides. A base de clamidósporos do fungo Pochonia chlamydosporia (CEPA PC-10), a solução se destaca por dois grandes fatores: ação ovicida e possibilidade de utilização em condições adversas, como nas épocas mais secas do ano.
Além do “Enraize”, o “Cana Perene” engloba outros três programas. O “PromovaND” atua durante o crescimento vegetativo da cultura, aumentando a taxa fotossintética da planta, garantindo uma nutrição capaz de suprir todas as necessidades da cana durante esse período e favorecendo mecanismos de defesa contra os estresses bióticos e abióticos pela construção de plantas mais resistentes.
O “Mover” aposta no uso de um pré maturador para maximizar o acúmulo de sacarose nos colmos através do aumento da taxa fotossintética e de uma melhor eficiência da planta em translocar seus fotoassimilados. Já o “Pré-seca” auxilia a cultura a passar por condições adversas, aumentando e mantendo a biomassa acumulada através da utilização de hormônios promotores e potencializando a eliminação das EROs.
Através do ‘Cana Perene’, produtores e usinas conseguem maximizar a produtividade do canavial mesmo em solos restritivos e aumentar a longevidade das áreas, garantindo assim maior lucro na operação agrícola.
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