Com base em conhecimentos sobre Fisiologia Vegetal, listei algumas práticas e exigências para te ajudar a aumentar sua produtividade com a Soja, produtor!
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Vamos lá!
Como aplicar conhecimentos de fisiologia vegetal na Soja:
1. Construa um sistema radicular robusto
Assim como nós, as plantas também transpiram! Também eliminam água para regular a temperatura das folhas. Uma forma de aplicar o conhecimento de fisiologia vegetal na soja é construir um Um sistema radicular bem desenvolvido, além de ajudar a manter a temperatura foliar reduzida, ajuda as plantas a explorarem mais o solo, seus poros e profundidade, absorvendo mais água e nutrientes, essenciais para a sua sobrevivência.
Desenvolvimento radicular – Organogênese (Importância dos hormônios vegetais nos processos)
2. Foque no manejo fisiológico do estresse na Soja
Voltando a falar sobre fotossíntese, vamos observar o gráfico. Os picos verdes indicam os períodos que ocorreram estresses abióticos na planta, já que são picos de Ácido Abscísico (hormônio que faz a planta fechar estômatos). Esses picos acontecem por conta das adversidades.
A Citocinina, com papel antagônico ao Ácido Abscísico, atua abrindo os estômatos. Então, em uma condição de déficit hídrico (que gera um pico de Ácido Abscísico), o potencial fotossintético de plantas tratadas com reguladores que promovem o crescimento vegetal (RV, na figura abaixo), aumenta (as plantas fazem mais fotossíntese). Isso porque além da abertura dos estômatos, os reguladores vegetais promovem a síntese de clorofila, a formação de cloroplastos e a maior atividade da Rubisco, enzima chave na assimilação de CO2.
No processo de reidratação (simulado na imagem), os reguladores vegetais também fazem com que a fotossíntese retome níveis mais elevados, mais rapidamente. Ou seja, fica claro que os reguladores vegetais maximizam a produtividade da planta, como um todo!
3. Diminua o pico de Etileno
Esse é o hormônio que causa a senescência. Quando consideramos a formação de espécies reativas de oxigênio, é importante saber que: quanto mais Etileno tem na planta, mais estressada ela está e maior é a formação de espécies reativas de oxigênio!
Para lidar com essas espécies reativas de oxigênio, que são danosas à planta por provocarem a morte de tecidos e degradarem membranas, a planta produz uma enzima chamada SOD (superóxido dismutase). Quanto maior a atividade dessa enzima, podemos inferir que a planta está mais estressada (Gráfico abaixo).
Veja que quando utilizamos um produto que inibe a síntese do etileno, há menor atividade da SOD, o que indica que a planta está sofrendo menor degradação de membrana (como pode ser observado no gráfico da direita, visto que peroxidação lipídica indica se as membranas da planta estão sendo mais ou menos degradadas) e, consequentemente, está sofrendo menos danos do estresse hídrico.
Além disso, o Etileno também está ligado com o abortamento floral na cultura da Soja.
Qual a principal causa do abortamento floral em soja? Baixe agora este material complementar e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto!
Esse abortamento tem basicamente três razões. Uma delas é algo natural e fisiológico da cultura, que são os níveis de Etileno na planta ao longo do ciclo. Isto é, quando o período reprodutivo da planta vai chegando, há um pico natural do hormônio (em vermelho no gráfico abaixo). Esse é um dos fatores que levam a o abortamento floral, de forma natural.
Outro fator que também causa o abortamento floral, de forma natural, é a redução dos níveis de Citocinina dentro da planta (linha azul). Por isso que, mesmo em boas condições, existe certo abortamento de estruturas reprodutivas.
E por último, existem os efeitos abióticos, um evento estressante, por exemplo, que faz com que o pico de Etileno seja ainda maior, o que aumenta as taxas de abortamento que já ocorreriam com menor intensidade se o clima estivesse próximo ao adequado para a cultura.
Uma excelente estratégia é a redução desse pico de Etileno. E como fazer isso?
Existe um produto, o Hold, que atua diretamente nas vias de produção do Etileno e diminui a ação da enzima ACC-oxidase, reduzindo assim a formação do Etileno e, consequentemente, aumentando as taxas de pegamento de flores na cultura da soja.
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