Entender perfeitamente a fenologia da soja é essencial para qualquer produtor que deseja otimizar a produção e aumentar a rentabilidade da sua lavoura.
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A soja é a cultura mais plantada no país e, segundo dados da CONAB e do USDA, o Brasil pela primeira vez, se tornou o maior produtor mundial do grão com a finalização da safra 2019/2020, produzindo um total de 124 milhões de toneladas.
Atualmente somos responsáveis por 30% da área plantada de soja no mundo e 36% de todo o grão produzido, mostrando a importância do país para o abastecimento mundial.
Para te ajudar a manter a produtividade alta, preparamos este artigo com informações detalhadas sobre as etapas do desenvolvimento da soja e o que exatamente acontece em cada uma delas. Além disso, agora, você pode ter um guia completo sempre à mão para consultar quando precisar. Baixe grátis o guia de fases da soja e alcance melhores resultados!
Neste texto você também vai conferir algumas das principais deficiências nutricionais que podem surgir na sua lavoura e como identificá-las, visando corrigi-las corretamente.
Você sabia? Perdas de 20 a 30% de produtividade já ocorreram quando diagnosticamos visualmente uma deficiência nutricional. (WALLACE, T. The diagnosis of mineral deficiencies in plants by visual symptoms. Chemical Publishing Co., Inc., New York, 1961)
Continue lendo e aproveite!
Fenologia da soja: as etapas de desenvolvimento
Bom, você já sabe que quando falamos de fenologia da soja, as etapas de desenvolvimento são divididas em fase vegetativa e fase reprodutiva, certo? Mas agora vamos entender o que acontece exatamente em cada uma delas!
Fase vegetativa
Importante: nesta fase, é importante entender o critério para que uma folha seja considerada completamente desenvolvida. Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos do trifólio superior (acima) a ele não estão mais se tocando.
VE
Caracterizado pelos cotilédones estarem acima da superfície do solo. Observe a região abaixo dos cotilédones. A cor verde indica o cultivar de soja com flor branca, já uma cor roxa identifica o cultivar com flores roxas.
VC
Nesta fase da fenologia da soja, os cotilédones apresentam-se desenvolvidos e par de folhas opostas abertas já se apresenta aberto.
VI
Par de folhas opostas completamente desenvolvidos e a primeira folha trifoliolada (acima) com os bordos de cada folíolo não mais se tocando (Foto 1).
V2
Primeira folha trifoliolada já conta com seus folíolos completamente expandidos, sendo que a segunda folha trifoliolada está aberta, com os bordos de cada folíolo não mais se tocando.
V3
Segunda folha trifoliolada está completamente desenvolvida, com seus folíolos expandidos, sendo que a terceira folha trifoliolada está aberta, com os bordos de cada folíolo não mais se tocando.
V4
Terceira folha trifoliolada está completamente desenvolvida, com seus folíolos expandidos, sendo que a quarta folha trifoliolada está aberta, com os bordos de cada folíolo não mais se tocando. Entre as fases V2 e V4, os cotilédones ficam amarelados e caem, indicando que a planta de soja já possui o mínimo de folhas e raízes para garantir seu crescimento.
V5
Quarta folha trifoliolada está completamente desenvolvida, com seus folíolos expandidos, sendo que a quinta folha trifoliolada está aberta, com os bordos de cada folíolo não mais se tocando. O esperado é que até a fase V5 e V6 a planta expanda um trifólio a cada cinco ou seis dias, devido a até esse momento seu dreno principal de energia ser a construção de raízes. Depois disso, o surgimento de novas folhas ocorrem a cada três ou quatro dias. Dependendo do cultivar e da época de semeadura no ciclo da soja, a planta pode formar até 20 folhas trifolioladas.
VN
Enésima folha trifoliolada está completamente desenvolvida, com seus folíolos expandidos, sendo que a folha trifoliolada acima dela está aberta, com os bordos de cada folíolo não mais se tocando.
Fase reprodutiva
R1 (início do florescimento)
Uma flor aberta em qualquer nó da haste principal.
R2 (fase do florescimento pleno)
Uma flor aberta em um dos dois últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R3 (início da formação das vagens)
Vagem com 5 mm de comprimento em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
Entre R3 e R6 é possível observar o máximo desenvolvimento radicular e atividade dos nódulos nas plantas, o que indica alta demanda pela absorção de água e nutrientes, bem como o pico da fixação biológica do nitrogênio
R4 (vagem completamente desenvolvida)
Vagem com 2 cm de comprimento em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R5.1 (início do enchimento do grão)
Vagens com sementes com até 10% de granação em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R5.2
Vagens com sementes com 10% a 25% de granação em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R5.3
Vagens com sementes com 26% a 50% de granação em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R5.4
Vagens com sementes com 51% a 75% de granação em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R5.5
Vagens com sementes com 76% a 100% de granação em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida.
R6 (grãos cheios)
Vagem contendo grãos verdes preenchendo as cavidades da vagem em um dos quatro últimos nós da haste principal, com folha completamente desenvolvida. Etapa marcada pela forte redução da taxa de FBN.
R7 (início da maturação)
Uma vagem normal no caule com coloração madura.
R8 (maturação plena)
95% das vagens com coloração de madura.
Nódulos
Entre a R3 e R6, é possível observar o desenvolvimento de raízes e nódulos das plantas, o que indica alta taxa de absorção de água e nutrientes e também de fixação simbiótica de nitrogênio.
Agora que você já viu o que acontece em cada fase de desenvolvimento da fenologia da soja, vamos entender como identificar deficiências de macro e micronutrientes nessa cultura, evitando perdas significativas do potencial de produção e de rentabilidade.
DEFICIÊNCIAS DA SOJA
Micronutrientes
Zinco
Encurtamento dos internódios e as folhas novas se tornam menores e até lanceoladas (ex. soja). Além disso, as folhas novas podem apresentar áreas cloróticas (ou brancas) entre as nervuras.
Manganês
Clorose internerval das folhas novas, com as nervuras permanecendo verdes (reticulado grosso). Em casos mais graves, há também o surgimento de áreas necróticas marrons.
Boro
Folíolos pequenos nas folhas novas, baixa fecundação de flores e grande queda no número de vagens, também há o lento crescimento dos pontos de crescimento, que podem até morrer. Quando já avançado pode haver superbrotação e encarquilhamento das folhas.
Ferro
Clorose entre as nervuras das folhas novas, podendo evoluir para um “braqueamento” (reticulado fino). Com a evolução dos sintomas as nervuras também perdem a cor e se tornam cloróticas.
Cobre
Folhas com aspectos de secas, em uma cor verde-azulado e necrose nas pontas dos folíolos das folhas novas. Essas podem ficar murchas, com a margem enrolada para cima ou maiores que as normais.
Macronutrientes
Nitrogênio
Com a deficiência de nitrogênio, observamos um baixo desenvolvimento vegetativo e radicular. As folhas mais novas tendem a ficar mais claras e as inferiores apresentam clorose generalizada.
Fósforo
Na falta de fósforo, as folhas ficam raquíticas e observamos a má formação de grãos. As folhas mais velhas apresentam coloração verde-azulada ou avermelhadas (dependendo da espécie).
Potássio
Folhas mais velhas amareladas nas margens, necrose nos bordos e má formação de grãos.
Magnésio
Clorose internerval das folhas mais velhas. Com a progressão dos sintomas, em algumas culturas (ex. feijão e soja), surgem manchas pálidas na lâmina foliar que depois evoluem para necrose.
Cálcio
Folhas novas com as margens esbranquiçadas que progride para o centro. colapso do pecíolo das folhas, queda acentuada de flores e vagens e baixo desenvolvimento de raízes.
Enxofre
O primeiro sintoma é a clorose generalizada nas folhas mais novas.
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FONTES:
– Tecnologias de Produção de Soja / Claudine Dinali Santos Seixas… [et al.] editores técnicos. – Londrina : Embrapa Soja, 2020. 347 p. – (Sistemas de Produção / Embrapa Soja, ISSN 2176-2902 ; n. 17)
– Nutrição de Plantas / Renato de Mello Prado. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
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