A produtividade da soja é uma variável complexa, sujeita a influência direta e indireta de diversos fatores bióticos e abióticos. Alguns desses fatores são possíveis de manejar de forma eficiente como temperatura, pH, luz e umidade, utilizando estratégias específicas de manejo da soja, como as soluções Stoller.
Essas tecnologias permitem mitigar os efeitos adversos dessas variáveis sobre a produtividade, uma vez que auxiliam a planta a expressar respostas fisiológicas adequadas às condições climáticas e ambientais. Assim, adotar soluções que promovam um ambiente favorável ao crescimento e desenvolvimento vegetal, reduzindo o estresse, é indispensável para alcançar altas produtividades.
Importância dos produtos fisiológicos para a soja
A planta possui diversos mecanismos fisiológicos que permitem a ela, tolerar de certa forma, estresses abióticos. A exemplo do estresse hídrico, estima-se que as perdas de produtividade em função da ocorrência de déficits hídricos em soja podem chegar a 40% em alguns casos (Franchini et al., 2024).
Da mesma forma, temperaturas inadequadas, baixa radiação solar, e má nutrição, são exemplos de estresses abióticos que podem impactar significativamente a produtividade da soja. Ainda que a planta possa resistir a determinados estresses, vale destacar que essa tolerância quase sempre demanda de um gasto energético, reduzindo o potencial produtivo da planta, além de estar condicionada ao período de ocorrência e durabilidade do estresse.
Nesse sentido, adotar estratégias que permitam mitigar os efeitos dos estresses ou potencializar a ação de determinados mecanismos fisiológicos da soja, é indispensável tanto para a manutenção da produtividade em condições de estresse, como para o aumento da produtividade sob condições normais.
Benefícios dos produtos fisiológicos
Com o passar dos anos e os avanços científicos, uma alternativa para atenuar o efeito de estresses, bem como potencializar efeitos fisiológicos benéficos em prol do aumento da produtividade, tem sido o uso dos hormônios vegetais na agricultura. Grande parte desses hormônios atuam como promotores do crescimento vegetal (parte aérea e sistema radicular) entretanto, em períodos determinados por estímulos fisiológicos e/ou ambientais, podem exercer mais funções (Mortele et al., 2011).
Tabela 1. Principais funções dos hormônios vegetais.
Com a crescente demanda pelo aumento da produtividade e a adversidade climática, os bioinsumos em especial os com capacidade em promover o crescimento e mitigar efeitos de estresse abióticos, têm ganhado espaço no manejo da soja, na busca por altas produtividades.
Tanto em condições de estresse como em condições favoráveis, tem-se observado que a ação de reguladores do crescimento vegetal também tem contribuído para o aumento da produtividade da soja. A utilização desses reguladores, em especial os que apresentam em sua composição fitormônios promotores, como Giberelinas (ácido giberélico), Citocininas (Cinetina) e Auxinas (ácido 4-indol-3-ilbutírico) , têm proporcionado significativos aumentos de produtividade, principalmente quando associados a micronutrientes no programa de manejo.
As Giberelinas atuam em conjunto com as Auxinas no alongamento celular, além de induzir o crescimento dos frutos. Já as Citocininas induzem a formação de gemas foliares em calos cultivados em tecidos, além de serem conhecidas por atrasar o envelhecimento das folhas (senescência foliar). Ao contrário das Auxinas, as Citocininas promovem o brotamento de gemas axilares quando aplicadas externamente (Mortele et al., 2011).
As auxinas promovem o alongamento celular (crescimento em altura) e a divisão celular nos meristemas apicais e no câmbio vascular. Junto com as Citocininas, induzem a diferenciação dos tecidos vasculares e estimulam o enraizamento, além de regularem a dominância apical de caules e ramos (Paulilo et al., 2025)
Além desses, um dos hormônios diretamente relacionados com a tolerância das plantas a estresses abióticos e produtividade da soja é o etileno. O Etileno influencia o amadurecimento dos frutos e a senescência das folhas, afeta o crescimento de plântulas expostas a ele, impactando a elongação do caule, o crescimento lateral e o entumecimento do caule e hipocótilos. Sua principal atuação em culturas agrícolas anuais está relacionada à abscisão e senescência foliar.
De acordo com Paulilo et al. (2025), uma folha adulta permanece viva na planta enquanto seus níveis de Auxinas estão elevados.Além dos hormônios promotores, hormônios inibidores do desenvolvimento atuam no ciclo de vida da soja. Na fase de indução da abscisão, ocorre uma redução nos níveis de Auxinas foliares e um aumento no de Etileno. O Etileno promove a expressão de genes que codificam enzimas hidrolíticas responsáveis por degradar as paredes celulares, levando ao seu amolecimento, separação foliar e, por fim, à abscisão (queda) da folha. Nesse sentido, a redução dos níveis de Etileno na planta tende a retardar sua senescência foliar, possibilitando maior tempo de vida das folhas e consequentemente produção de fotoassimilados, contribuindo para o aumento da produtividade.
Diretamente relacionado com a produtividade da soja, diversos estudos demonstram que, quando bem posicionados, os fitormônios (reguladores do crescimento vegetal), contribuem efetivamente para o aumento da produtividade da soja. Resultados obtidos por Cavalcante et al. (2020), em que os autores avaliaram o efeito da aplicação de diferentes produtos, dentre eles, reguladores do crescimento vegetal da soja (T1 – Aminoácidos; T2 – Extrato de Alga; T3 – Ácidos fúlvicos; T4 – Fitormônios; T5 – Nutrientes e T6 – Controle), evidenciam ganho significativo na produtividade da soja em função do emprego de reguladores do crescimento vegetal, com acrescimento de até 11% na produtividade em comparação ao controle.
Não menos importante, assim como os reguladores do crescimento vegetal, o emprego de micronutrientes garantindo uma nutrição equilibrada, contribui para reduzir limitações nutricionais, possibilitando com que a planta expresse seu potencial produtivo. Micronutrientes como Boro, Cobre, Molibdênio e Zinco, nem sempre estão disponíveis em quantidades suficientes no solo para suprir a demanda nutricional da planta.
Embora esses micronutrientes sejam requeridos em pequenas quantidades, a deficiência de qualquer um deles pode limitar a produtividade da soja, mesmo os demais estando disponíveis em elevadas concentrações. Além disso, em alguns estádios do desenvolvimento da soja, há uma maior demanda por determinado nutriente, como é o caso da floração e enchimento de grãos.
Nessas fases, o posicionamento de micronutrientes de forma balanceada pode inclusive contribuir para a melhor formação de componentes de produtividade da soja, como número de legumes por planta, número de grãos por legume e peso de grãos, refletindo na produtividade final da cultura. Nesse sentido, o aporte micronutricional nesses períodos específicos tende a potencializar a formação de atributos fisiológicos da planta, contribuindo para o aumento da produtividade.
No entanto, para que soluções como essas possam expressar resultados substanciais, é essencial que sejam posicionadas de forma adequada. Ainda que de forma isolada tanto o emprego de reguladores do crescimento vegetal quanto de micronutrientes possa expressar resultados significativos, o uso associado dessas ferramentas, quando bem posicionadas no programa de manejo pode contribuir efetivamente para a redução das perdas de produtividade sob condições de estresse, e/ou aumentar a produtividade sob condições normais.
Um exemplo disso é o programa Soja Forte da Stoller, que através do posicionamento de três soluções fisiológicas, contribui efetivamente para o aumento da produtividade, melhorando componentes de produtividade da soja como número de vagens, o número de grãos por vagens e o peso de grãos.
Com resultados que entregam em média quatro sacas a mais por hectare, o Soja Forte alia soluções fisiológicas a necessidade da planta, aumentando o rendimento e a produtividade da lavoura. Em suma, o correto emprego de reguladores de crescimento que auxiliam a planta em processos fisiológicos, assim como o aporte micronutricional, contribuem para a redução dos estresses abióticos, bem como aumento da produção, refletindo não só na produtividade, como também rentabilidade da lavoura.
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