No estádio V5 da soja, ocorre a determinação do número de nós que a planta poderá produzir. Isso pode variar de acordo com a cultivar e hábito de crescimento. Plantas com hábito de crescimento indeterminado tendem a apresentar maior potencial de formação de nós do que a quantidade de nós geralmente observada na haste principal no final do seu ciclo (Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato).
A escala fenológica mais utilizada para o manejo da soja a nível global é a escala proposta por Fehr & Caviness em 1977. Com base nessa escala, uma planta de soja está em V5 quando apresenta o quinto nó visível e a quarta folha trifoliolada completamente desenvolvida, porém, para contabilização do estádio é necessário que os bordos dos folíolos da folha acima não estejam mais se tocando.
Figura 1. Planta de soja em V5 conforme escala fenológica de Fehr & Caviness (1977).
Fonte: Stoller.
Cada nó poderá originar um ramo lateral que será responsável pela formação de vagens, essas, darão origem a grãos contribuindo para o aumento da produtividade da soja. Logo, o número de nós é uma característica muito importante na definição da produtividade.
Em virtude da presença de gemas axilares, a planta apresenta maior capacidade em resistir a injúrias foliares decorrentes do ataque de pragas desfolhadoras sem que haja reduções significativas da produtividade da soja, conforme observado por Souza et al. (2014). Segundo Bueno et al. (2010) o nível de ação (NA) para iniciar-se o controle de pragas desfolhadoras como lagartas no período vegetativo da soja é de 30% de desfolha.
Esse nível de ação possibilita um manejo mais sustentável de pragas da soja, principalmente quando trabalhado dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP). A elevada capacidade compensativa da soja em seu período vegetativo não torna o manejo e controle de pragas desfolhadoras menos importante, mas sim possibilita uma margem de tempo para o início do controla das pragas, sem reduzir a produtividade da cultura.
Conforme destacado por Mercante et al. (2011), em V5 pode-se realizar a aplicação de fertilizantes foliares contendo micronutrientes como o Cobalto (Co) e o Molibdênio (Mo), esses por sua vez, desempenham funções essenciais no processo de fixação biológica de Nitrogênio. A aplicação visa aumentar a eficiência do processo e conforme recomendações técnicas aconselha-se o uso de 2 a 3 g de Co ha-1 e de 12 a 30 g de Mo ha-1. Além desses dois elementos mencionados, nesta fase é importante também aplicação de outros micronutrientes, tais como Mn, Zn, Cu e B entre outros, visando a complementação nutricional e a manutenção da atividade fotossintética, fatores chave para construção de plantas com elevado potencial produtivo.
Apesar de serem toleradas maiores injurias foliares nesse estádio de desenvolvimento da soja, boas práticas como o monitoramento de pragas visando identificá-las e definir o momento de controle são indispensáveis. Embora muito provável ainda não tenha ocorrido o fechamento das entrelinhas de cultivo em V5, o monitoramento de doenças, pincipalmente em áreas com histórico de ocorrência é fundamental. Além disso, deve-se evitar a matocompetição, priorizando o controle de plantas daninhas no início do fluxo de emergência e/ou nos estádios iniciais do seu desenvolvimento.
Referências:
BUENO, A. F. et al. NÍVEIS DE DESFOLHA TOLERADOS NA CULTURA DA SOJA SEM A OCORRÊNCIA DE PREJUÍZOS À PRODUTIVIDADE. Embrapa, Circular Técnica, n. 79, 2010.
FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. STAGES OF SOYBEAN DEVELOPMENT. Ames: Iowa State University, (Special Report, 80), 12p. 1977.
MERCANTE, F. M. et al. ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DE INOCULANTES MICROBIANOS NA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 169, 2011.
POTAFOS. COMO A PLANTA DE SOJA SE DESENVOLVI. Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato.
SOUZA, V. Q. et al. CARACTERES MORFOFISIOLÓGICOS E PRODUTIVIDADE DA SOJA EM RAZÃO DA DESFOLHA NO ESTÁDIO VEGETATIVO. Científica, Jaboticabal, v.42, n.3, p.216–223, 2014.
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