Segundo Zanon et al. (2018), com base na escala fenológica de Fehr & Caviness (1977), uma planta de soja está no pleno florescimento – estádio R2, quando apresenta flores abertas em um dos dois nós superiores da haste principal com folha completamente desenvolvida.
Figura 1. Planta de soja em estádio R2 com base na escala fenológica de Fehr & Caviness (1977).

Fonte: Stoller.
O que acontece no pleno florescimento da soja?
Nesse estádio, a evapotranspiração da planta é elevada e o requerimento hídrico da cultura aumenta, bem como o acúmulo de matéria seca e nutrientes na planta. Segundo Zanon et al. (2018), durante o florescimento da soja, ocorre um rápido aumento na taxa de fixação de nitrogênio atmosférico nos nódulos. Além disso, as flores exercem papel de dreno na planta, alterando a translocação de fotoassimilados da produção de folhas e hastes para a produção de flores.
Segundo Farias; Nepomuceno; Neumaier (2007), a temperatura assim como a disponibilidade hídrica são fatores fundamentais na floração da soja, podendo exercer influência positiva ou negativa sobre o florescimento. Conforme destacado pelos autores, a soja só é induzida a floração a temperaturas superiores a 13°C, entretanto, temperaturas elevadas podem prejudicar a cultura, sendo que temperaturas acima de 40°C podem causar efeito indesejado no crescimento da soja, alterando a taxa de crescimento e causando danos na floração.
Conforme destacado por Zanon et al. (2018), o déficit hídrico no período reprodutivo da soja pode causar abortamento de flores e futuros legumes. Quando associado o déficit hídrico a elevadas temperaturas no período reprodutivo da soja, danos ainda mais severos podem ser observados, comprometendo a produtividade da cultura.
Figura 2. Abortamento de flores de soja.

Fonte: Mais Soja.
O pleno Florescimento pode ocorrer simultaneamente; isto é, no mesmo dia do início do florescimento (R1), no caso das plantas com hábito de crescimento determinado, ou entre dois e sete dias após o R1, em plantas com hábito de crescimento indeterminado (Câmara, 2006).
Em virtude da alteração da translocação de fotoassimilados, a planta fica mais suscetível ao ataque de pragas e doenças, sendo indispensável o monitoramento das áreas de cultivo nesse período para identificação das espécies de pragas e/ou doenças e determinação do momento de controle.
Monitoramento de pragas
Atenção especial deve ser dada ao monitoramento de pragas como lagartas que atacam folhas, pecíolos, flores e vagens, tomando as devidas providencias para o controle dessas quanto atingido o nível de controle, assim como para percevejos que posteriormente poderão causar danos de ordem quantitativa e qualitativa nos grãos ou sementes de soja.
Por Maurício dos Santos – Mais Soja
Referências:
CÂMARA, G. M. S. FENOLOGIA É FERRAMENTA AUXILIAR DE TÉCNICAS DE PRODUÇÃO. Visão Agrícola, n. 5, 2006.
FARIAS, J. R. B.; NEPOMUCENO, A. L.; NEIMAIER, N. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Circular Técnica, n. 48. 2007.
FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. STAGES OF SOYBEAN DEVELOPMENT. Ames: Iowa State University, (Special Report, 80), 12p. 1977.
MAIS SOJA. QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DO ABORTAMENTO EXCESSIVO DE FLORES E VAGENS? Equipe Mais Soja.
ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRDUTIVIDADES. Santa Maria, 136p. 2018.
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