Divididos entre macro e micro, os nutrientes para a cana-de-açúcar são vitais , não apenas para o crescimento e desenvolvimento da cultura, mas também para a participação em inúmeras reações metabólicas primárias e secundárias. Nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre estão entre os macronutrientes mais demandados pela cultura. Já entre os principais micronutrientes, destacam-se o boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco.
Uma nutrição balanceada é essencial para uma boa produção agrícola, já que um único nutriente faltante poderá limitar a produtividade como um todo, mesmo que os demais estejam em níveis satisfatórios.
Deficiência de nutrientes na cana-de-açúcar
Até meados de 1970, a cana-de-açúcar era cultivada basicamente em solos argilosos, de fertilidade média para alta, como latossolos roxos ou terras roxas estrutural. Mas, com a grande expansão canavieira abrindo novas fronteiras, os canaviais se estenderem para regiões de solos mais “pobres”, geralmente arenosos e anteriormente ocupados por pastagens ou vegetações de cerrado ou tabuleiro.
Essa deficiência de nutrientes na cana-de-açúcar segue como um dos principais motivos da baixa produtividade da cultura. Suprir corretamente essas demandas de nutrientes da cana-de-açúcar durante todo o ciclo da planta se tornou um processo essencial para elevar a produção das áreas e, consequentemente, a rentabilidade e perenidade do negócio.
A importância dos nutrientes para a cana-de-açúcar
O Gerente Regional da Stoller, Thiago Campo Dall Orto, afirma que um dos momentos mais cruciais para o restabelecimento da saúde dos solos é durante o preparo pré-plantio. Ele explica que, diferente de outras culturas, a cana-de-açúcar permanece produtiva por, no mínimo, cinco anos. Período no qual ela extrai altas quantidades de nutrientes do solo, deixando suas reservas extremamente baixas.
“É no momento do preparo da área que conseguiremos fazer uma nutrição da cana-de-açúcar mais pesada com macro e micronutrientes, que irão ser vitais para um bom estabelecimento da cultura, com ampla formação de raízes e um bom número de perfilhos.”
Segundo ele, algumas regiões mais tradicionais de cana-de-açúcar possuem solos mais bem estruturados. No entanto, a grande maioria dos canaviais apresenta deficiência em um ou mais nutrientes. “Alguns estudos já chegaram a mostrar que 97% das áreas do Estado de São Paulo possuem baixos volumes de boro e zinco, elementos altamente importantes para o desenvolvimento das plantas.”
O boro é um micronutriente aniônico que atua na translocação de açúcares, metabolismo de carboidratos, absorção de água e formação da parede celular. Sua deficiência pode implicar em redução do crescimento, diminuição da resistência às infecções e formação reduzida de raízes. Em canaviais já formados, a falta do nutriente poderá levar ao surgimento de folhas novas enrugadas, distorcidas e quebradiças.
Já o zinco é um elemento essencial para a atividade, regulação e estabilização da estrutura proteica, afetando a síntese e conservação de auxinas e hormônios vegetais envolvidos no crescimento da planta. Um dos sintomas mais comuns da deficiência do nutriente na cana-de-açúcar é a presença de folhas com zonas cloróticas que terminam necrosadas.
Todavia, esses são apenas dois exemplos de elementos que devem ser repostos no momento do preparo de solo. A deficiência nos demais nutrientes na cana-de-açúcar pode implicar em uma série de outros problemas durante o início do ciclo da cultura, como atraso no desenvolvimento vegetativo (nitrogênio); colmos menores e finos (fósforo, nitrogênio e/ou cálcio); sistema radicular pouco desenvolvido (cálcio); redução no perfilhamento (fósforo e/o nitrogênio); cartucho distorcido e internódios curtos (potássio); morte do meristema apical (cálcio); raízes anormalmente curtas (cloro) e folhas novas arqueadas e quebradas (cobre).
Baixe gratuitamente o nosso guia de deficiência de nutrientes da cana-de-açúcar e saiba reconhecer os sintomas:
É importante lembrar que o trabalho não para depois de um preparo bem-feito. Meses após o plantio – comumente realizado entre janeiro e março no Centro-Sul -, o canavial adentra seu período de maior desenvolvimento vegetativo (setembro a fevereiro). Nesse momento, é recomendada uma nova aplicação de nutrientes, desta vez, diretamente sobre as folhas, aproveitando a capacidade de absorção foliar da planta, já que os elementos aplicados diretamento no solo podem, muitas vezes, serem fixados pelas cargas do solo ou estarem indisponíveis em função de uma alteração de pH, falta de água ou solução livre no solo dentre outros fatores.
O profissional da Stoller salienta que a aplicação foliar caminha ao lado da adubação de base, devendo ser vista como complementar, e não substitutiva. “A aplicação de nutrientes via solo irá permitir um bom desenvolvimento radicular com ampla formação de perfilhos. Já a nutrição foliar, com macro e micronutrientes e hormônios promotores de crescimento, irá possibilitar uma melhoria do processo de fotossíntese numa cana que estava travada pelo estresse hídrico e que entrou ‘debilitada’ no seu período de maior crescimento e acúmulo de biomassa.”
Reposição de nutrientes pós-colheita dá sustentabilidade ao sistema radicular e cria condições para maior produtividade e longevidade das áreas
A cana-de-açúcar é considerada uma cultura semiperene, pois o replantio só ocorrerá quando a produtividade cair para patamares que justifiquem financeiramente a reforma. O lado positivo é que, após cada corte, é possível fazer um manejo nutricional repondo, via solo ou foliar, os nutrientes que foram extraídos durante aquele ciclo.
Uma das modalidades de reposição nutricional pós-colheita mais comum é o corte de soqueira, operação que permite aplicar os micronutrientes misturados ou não a um inseticida, devolvendo dessa forma a saúde ao solo ao mesmo tempo em que realiza um controle efetivo de algumas pragas, como o Sphenophorus levis. Entre os elementos mais utilizados nesse sistema, destacam-se o zinco, boro, manganês e molibdênio. “Lembrando que é importante que esses nutrientes estejam prontamente assimiláveis para a planta, que irá utilizá-los para emitir raízes novas e garantir uma boa rebrota”, salienta o Gerente Regional da Stoller, Thiago Campo Dall Orto.
Mas não são apenas os micronutrientes que devem ser trabalhados nesse momento. O profissional afirma que uma prática comum no setor era a aplicação de macronutrientes unicamente antes do plantio. No entanto, pesquisas e experimentos de campo já comprovaram que a reposição de nitrogênio, potássio, fósforo e o enxofre em cana-soca também é vital para elevar a produtividade e a longevidade da cultura.
“Resumidamente, o desenvolvimento da cana-de-açúcar é um reflexo daquilo que fornecemos para ela, seja durante o processo de implantação do canavial ou após a colheita. Por conta disso, um manejo bem conduzido com corretivos e fertilizantes é essencial para evitar prejuízos, alcançar uma boa produção e levar o canavial saudável e produtivo do primeiro ao último corte”, observa Dall Orto.
Ele reforça que um problema nutricional nem sempre pode estar relacionado a algum tipo de deficiência, mas às vezes ao desequilíbrio. “Em alguns casos, até mesmo o excesso de determinado elemento pode causar desbalanço nutricional e toxicidade, como por exemplo o excesso de potássio, que pode levar a uma redução na absorção de outros nutrientes, como o magnésio e o cálcio. Isso pode resultar em sintomas de deficiência de magnésio e cálcio, como a clorose das folhas”
Pensando em auxiliar os produtores e usinas a manter um bom equilíbrio nutricional em seus solos, a Stoller criou o “PromovaND”, um programa cujo objetivo é nutrir a cana-de-açúcar em seu período de maior acúmulo de biomassa além de promover a resistência de plantas. Composto por quatro produtos distintos (StarterCana, NCana, Stimulate e Re-leaf), a solução irá aumentar a taxa fotossintética da cultura ao mesmo tempo em que reduz os danos causados pelos estresses bióticos e abióticos. O resultado é um canavial bem estabelecido, sadio e altamente produtivo.
Thiago Dall Orto explica que o “Starter Cana” é um fertilizante foliar com formulação balanceada que promove o equilíbrio nutricional através do fornecimento de elementos escassos nos solos brasileiros, mas altamente importantes, uma vez que participam ativamente do desenvolvimento da cultura, como enxofre, boro, manganês, molibdênio e zinco. “Os nutrientes são prontamente assimiláveis quelatizados, o que garante a melhor absorção e aproveitamento.”
O Stimulate age como um regulador de crescimento vegetal, que provê três hormônios altamente necessários para que a planta enraíze, brote e perfilhe da melhor maneira.“A CINETINA induz o crescimento – não somente através da divisão celular, mas do alongamento celular – e promove o crescimento das gemas laterais, não interferindo na dominância apical. O ÁCIDO GIBERÉLICO favorece a germinação e o ÁCIDO 4-INDOL-3-ILBUTÍRICO participa do crescimento – principalmente pelo alongamento celular -, retarda a abscisão foliar, e induz a formação de primórdios radiculares.”
Por fim o Re-leaf que completa o “Cana Perene”, composto principalmente por Cobre e Zinco, que são importantes componentes de enzimas antioxidantes e participam na síntese de hormônios vegetais, proteínas e clorofila. Além disso desempenham papel importante na defesa de plantas. O cobre é um componente importante de várias enzimas envolvidas na defesa contra patógenos, como a peroxidase e a fenoloxidase, também está envolvido na produção de fitoalexinas, compostos químicos produzidos pelas plantas em resposta à infecção por patógenos e é um componente importante da lignina, que é um polímero que fortalece a parede celular das plantas e ajuda a protegê-las contra patógenos. Já o Zinco está envolvido na defesa contra patógenos, principalmente através da ativação de enzimas antioxidantes que ajudam a proteger as plantas contra o estresse oxidativo causado pela infecção, também desempenha um papel importante na síntese de fito-hormônios, como o ácido abscísico, que é importante na resposta das plantas ao estresse ambiental, incluindo a infecção por patógenos.
Lembrando que o PromovaND integra o “Cana Perene”, um programa macro da Stoller que maneja a cana-de-açúcar ao longo do seu ciclo, atendendo às principais necessidades da cultura, em cada etapa do seu desenvolvimento, através de soluções integradas.
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