A tecnologia de aplicação nos dá a base para que o defensivo atinja o alvo na quantidade necessária, com economia e sem contaminação de outras áreas. Neste sentido, é importante ter em vista que pulverizar é diferente de aplicar. A pulverização é um processo mecânico, de quebra do volume da calda em partículas de tamanho menor, as gotas; enquanto que a aplicação é o processo de colocar o produto desejado no alvo escolhido.
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No controle de doenças, fazer com que as gotas atinjam o alvo por completo é fundamental, por isso, é preciso que estas gotas penetrem no dossel vegetativo.
Portanto, o tamanho das gotas é muito importante, pois as gotas maiores atingem o topo da planta, e as muito pequenas podem evaporar em condições de baixa umidade relativa do ar, ou serem levadas por correntes de ar para longe do alvo desejado, caracterizando deriva.
Já as gotas de tamanho médio a fino tendem a ser depositadas nos terços médio e inferior das plantas, sendo as mais recomendadas para o controle eficiente de doenças, pois são os principais locais onde o patógeno se concentra na planta.
Em determinadas situações, a cobertura do alvo é prejudicada, afetando a eficiência da aplicação e o controle da doença, pois, os fatores relacionados ao aumento da eficácia de proteção química estão estritamente relacionados à penetração das gotas e à cobertura do terço médio e inferior do dossel. Estudos mostram que, para uma boa eficácia no controle de doenças, é preciso uma cobertura entre 30 gotas/cm² a 40 gotas/cm² para fungicidas sistêmicos, e entre 50 gotas/cm² e 70 gotas/cm² para fungicidas protetores.
Em termos de cobertura, o uso de adjuvantes na calda de pulverização é uma alternativa interessante para melhores resultados nas aplicações. Seu uso auxilia na aderência e no espalhamento da gota sobre a folha, e também na sua absorção para o interior do tecido.
Visando a melhorar ainda mais a tecnologia de aplicação de defensivos, é preciso integrar vários fatores, como a escolha do fungicida, o momento de aplicação (considerando o estádio da cultura, que também influencia na penetração das gotas no interior do dossel), o volume de calda e a ponta de pulverização, de acordo com o alvo e a cultura.
Assim, podemos ver que a tecnologia de aplicação faz parte do manejo integrado, pois podemos aumentar a eficiência das aplicações, maximizar o efeito residual e obter melhores resultados no controle de doenças.
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