O Adubo Fósforo (P), é considerado um macronutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento vegetal, sua deficiência além de resultar em sintomas típicos na planta, pode limitar a produtividade da cultura, comprometendo a produção em algumas situações. Visando reduzir os impactos fisiológicos na planta e econômicos na produção, a adequação dos níveis nutricionais de P no solo é fundamental para a sustentabilidade e rentabilidade do sistema de produção.
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Entretanto, o Fósforo é considerado um nutriente praticamente imóvel no solo (Pereira, 2009), com uma complexa dinâmica, o que dificulta a adubação, sendo necessária perícia para uma adequando manejo nutricional utilizando adubos fosfatados.
Figura 1. O ciclo do Fósforo no solo: Seus componentes e correspondência com as frações estimadas pelo fracionamento de Hedley et al. (1982) (Gatiboni, 2003).
Fonte: Fonte: Gatiboni (2003)
De modo geral, pode-se dizer que a maioria das culturas agrícolas apresentam respostas positivas ao aporte nutricional pelo uso de fósforo, sendo possível observar incrementos de produtividade a medida em que ocorre o incremento nutricional (Figura 2). Para a cultura da soja, são necessários em média, cerca de 15 Kg de P2O5 por tonelada de grãos produzidos (Gitti; Roscoe; Rizzato, 2019).
Figura 2. Representação de uma curva de calibração de resposta de plantas em termos de rendimento relativo em função dos teores de P disponível no solo, adubação fosfatada requerida para as diferentes classes de disponibilidade do nutriente no solo.
Adaptado: CQFS-RS/SC (2004), apud. Rheinheimer et al. (2020)
Além do adequado aporte nutricional, é necessário atentar para as fontes de fósforo e forma de aplicação. O Fósforo orgânico não á prontamente assimilável pelas plantas, sendo necessário sua mineralização e solubilização, logo, a adubação utilizando fertilizantes orgânicos como fonte de Fósforo requer maior atenção, principalmente com relação ao período de realização para que o nutriente esteja prontamente disponível para planta quando mais requerido.
O mais comum a nível comercial é o uso de fertilizantes fosfatados de origem mineral, sendo possível encontrar diversas fontes de fósforo no mercado (tabela 1), de diferentes características físico-químicas e originários de diferentes matérias-primas. Normalmente o fósforo é fornecido ao sistema de produção via fertilizantes formulados N-P-K, na adubação de base (na semeadura da cultura).
Tabela 1. Principais fontes de fósforo disponíveis para uso na agricultura.
Fonte: MAPA, apud. Gitti; Roscoe; Rizzato (2019)
A definição da fonte de Fósforo a ser utilizada deve levar em consideração as necessidades da cultura e disponibilidade de recursos, sobretudo, a forma de aplicação é tão importante quando definir a fonte e dose do adubo Fósforo. Por apresentar baixa mobilidade no solo (praticamente imóvel), a adubação fosfatada deve ser realizada preferencialmente via sulco, predominantemente na camada de solo explorada pelo sistema radicular da planta.
Conforma observado por Barbosa et al. (2015), analisando a eficiência da combinação de modos de aplicação de fertilizantes fosfatados na distribuição vertical do Fósforo no solo, a forma de aplicação do fertilizante influencia na distribuição do nutriente no solo. Resultados obtidos pelos autores indicam que a maior produtividade da soja foi obtida com 100% da adubação em linha.
Figura 3. Distribuição do P no solo em função da profundidade e dos tratamentos. (Extrator Resina).
Fonte: Barbosa et al. (2015)
O fato demonstra a importância da correta adubação fosfatada, principalmente com relação ao modo de aplicação. Dessa forma, pode-se dizer que assim como a adequada dose e fonte de Fósforo, é fundamental atentar para a forma de aplicação do adubo Fósforo, sendo aconselhada a aplicação desse nutriente via sulco sempre que possível.
Referências:
BARBOSA, N. C. et al. DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DO FÓSFORO NO SOLO EM FUNÇÃO DOS MODOS DE APLICAÇÃO. Biosci. J., Uberlândia, v. 31, n. 1, p. 87-95, Jan./Feb. 2015.
GATIBONI, L. C. DISPONIBILDIADE DE FORMAS DE FÓSFORO DO SOLO ÀS PLANTAS. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Maria, 2003.
GITTI, D. C.; ROSCOE, R.; RIZZATO, L. A. MANEJO E FERTILIZADADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2018/2019, 2019.
PEREIRA, H. S. NUTRIENTES: FÓSFORO E POTÁSSIO EXIGEM MANEJOS DIFERENCIADOS. Visão Agrícola, n. 9, 2009.
RHEINHEIMER, D. S. et al. CICLO BIOGEOQUÍMICO DO FÓSFORO, DISGNÓSTICO DE DISPONIBILDIADE E ADUBAÇÃO FOSFATADA. Porto Alegre, 2020.
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